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Amamentação e suas possíveis dúvidas: Procure um Banco de Leite!

Imagem: Shutterstock
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Apesar de muito ler, pesquisar, perguntar e me preparar, quando você tem o bebê em seus braços tudo muda, ainda mais quando é o primeiro.  Nunca imaginei que teria problemas em amamentar, pensei que era algo tipo lagoa azul, sabem? O bebê “grudaria” no peito e começaria a mamar lindamente e tudo seria perfeito. Mas comigo não foi assim, tive problemas desde a primeira mamada, ninguém na maternidade me orientou, meus bicos ficaram em carne viva, eu mordia o travesseiro de dor enquanto amamentava a Clara em seus primeiros 10 dias de vida. Sofri, fui desencorajada por mais de um profissional.  (Atualização do post no dia 01/08/2014, hoje Clara tem 2 anos e ainda mama)

Quando recebi alta da maternidade, recebi a orientação de que teria que levar a Baby em até 5 dias em sua primeira consulta com o pediatra.

Nunca imaginei que fosse tão difícil conseguir marcar consulta com essa especialidade.
Saí correndo atrás de indicações e consegui marcar a consulta. Lá fomos nós, eu toda orgulhosa, com minha filha nos braços, Marido não pode ir, então minha mãe foi conosco. Cheguei no Consultório, preenchi a ficha e subi pra consulta.
 
Maria Clara quando tira a roupinha faz o maior escândalo, a pediatra examinou tudo, viu os exames realizados na maternidade e foi para balança. 
Ebaaaaa, chegou a hora de saber quanto minha filhota engordou, cresceu!
 
Pois é, mas esse foi o momento mais doloroso pra mim, pois segundo a Pediatra, Maria Clara não tinha ganhado o peso devido, ela devia ter recuperado o peso perdido ao nascer e junto com essa informação me disse:
 
– Se ela não engordar até o retorno em 8 dias, vamos entrar com o leite artificial.
 
Meu mundo literalmente desabou!
 
  • Como assim ela não estava ganhando peso?
  • Como assim meu leite era fraco ou insuficiente?
  • Eu adotei a livre demanda, acordo a cada 1 hora com todo prazer pra amamentar minha filha e você me diz que vamos dar leite artificial?
 
Cheguei em casa, desabei …. Nossa, fazia tempo que não chorava tanto!
Tentei tirar o leite com a bomba manual e não saiu uma gota sequer e com toda delicadeza de um búfalo, Marido vira e diz:
 
– Por isso ela acorda toda hora, você não tem leite!
 
Meu coração disparou e eu chorando olhava pro rostinho dela e dizia:
 
– Filha, mamãe vai dar um jeito, vamos juntas vencer esse obstáculo e eu tenho sim muito leite pra você!
 
Fui atrás de ajuda nos grupos que faço parte no face, fui super acolhida no Aleitamento Materno, segui a dica que recebi e fui atrás de um banco de leite pra tirar todas as minhas dúvidas pessoalmente.
 
Liguei no Banco de leite da Pro Matre, Santa Joana e fui super mau atendida, mesmo eu dizendo que minha filha tinha apenas 12 dias e eu estava cheia de dúvidas em como amamentá-la e que meu parto havia sido na própria Pro Matre, ninguém teve a vontade de me ajudar ou me orientar.
 
Até que liguei no Banco de Leite do Hospital Leonor Mendes de Barros e fui SUPER bem atendida, isso porque era um sábado às 16:30hs.
 
Falei o meu problema e a pessoa que me atendeu me convidou para eu ir no domingo pessoalmente com a Bebê lá no Banco de Leite que elas tirariam todas minhas dúvidas.
 
E foi isso que eu fiz, domingo, Marido, Maria Clara e eu, atravessamos a cidade e eu fui tirar minhas dúvidas e aprender a amamentar.
 
Sim, fui aprender!
Imagem Aleitamento Materno Solidário - AMS
Imagem Aleitamento Materno Solidário – AMS
 
Meu peito nunca tinha vazado ou doido por ter muito leite e como quando tentei usar a bomba manual não saiu nada, achei mesmo que não tinha leite, mas foi a enfermeira “encostar” da maneira certa no meu peito que ele espichou leite e eu chorei de emoção.
Ela me ensinou e orientou:
  • Que é muito comum os bebês dormirem no seio enquanto mamam e por isso é necessário que a gente os acorde. Tirando a meia, fazendo carinho na orelhinha, na mão e sim, se preciso tirar mais peças de roupa;
  • A livre demanda é super importante pra produção e que a pega tem que estar correta pra não ferir os bicos do seio;
  • Amamentar além de ser um ato de amor, precisa de certas técnicas pra que tenha o efeito desejado: alimentar e nutrir o bebê;
  • A pega tem que ser correta pro bebê mamar corretamente, se nutrir e não machucar nosso peito. Pra cicatrizar meus bicos, eu passava o próprio leite e em menos de 3 dias eles voltaram ao normal.
  • Como ordenhar caso tenha muito leite;
  • Como armazenar o leite ordenhado corretamente;
  • Como saber se está mamando ou chupeitando e que chupeitar é normal (mas eles precisam mamar rs);
  • Aprendi a fazer massagem no peito;
  • e o principal, aprendi que não existe leite fraco e que sim eu tenho leite!
Enfim, aprendi corretamente como amamentar e deu resultado!
 
Voltei na Pediatra após 5 dias e Maria Clara ganhou mais peso que o desejado, ou seja, minha aula valeu a pena!
 
Por aqui, ela mama em livre demanda, acorda a cada 1 hora e aos poucos está aumentando o tempo no peito. 
Sim, ela usa meu peito de chupeta, mas aprendi que isso ajuda também a estimular a produção do leite, só controlo o tempo que ela realmente mama.
Quando ordenho meu leite, tento dar no copinho descartável pra ela, mas ela gosta mesmo é de cair de boca no peitão aqui!
 
Gente, o olhar dela fixo em mim enquanto mama é algo que faz valer a pena todo o cansaço que estou, todas as noites sem dormir.
Nossa conexão é maravilhosa, converso bastante com ela e faço questão (enquanto meu corpo permitir) em amamentá-la exclusivamente até os 6 meses com leite materno.
 
Se você tem dúvidas em relação a amamentação, procure um Banco de Leite, vá até o local, tire suas dúvidas!
Acredite que seu leite é o melhor e entre de cabeça, amor e prazer nessa fase!
 
Endereço e links interessantes:
 

Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros : fica na Av. Celso Garcia, 2477, 3º andar, Belenzinho, São Paulo.

 
 
 
 
Desejo que todas vocês amamentem lindamente, não encontrem profissionais ou pessoas que as desestimulem a amamentar e que encontrem ajuda na dificuldade.
 
Beijos,
Paola

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